quarta-feira, 27 de abril de 2011

Satisfações de um abraço...

Sentir o nosso coração ao mesmo tempo que o de alguém a quem damos um abraço faz-nos de tal maneira bem à saúde, traz-nos uma tal paz, que até existe uma forma de tratamento chamada Terapia do Abraço.
Um bom abraço ajuda-nos a sentir as muitas dimensões do amor: a facilidade para receber e dar, a sensibilidade para o sofrimento, a disponibilidade para a alegria de se divertir e a profundidade da ternura.
Abraçar alguém é como dizer-lhe: "Olha, aqui estou para o que quiseres, de coração aberto para ti". O que implica aceitar ser rejeitado. Mal interpretado. Correr esse risco.
No entanto, só se a atitude interior, o pano de fundo a partir do qual nos relacionamos com os outros, for de lhes estender os braços e de os tocar, poderemos descobrir o valor da partilha.
Não são só as pessoas solitárias, infelizes, inseguras, que precisam ser abraçadas. Abraçar bem dá-nos saúde. Mas não se trata de abraços sociais, de conveniência, em que duas pessoas se tocam apenas por fora – portanto não se tocam -, nem de abraços de dois amantes apaixonados que um ao outro se agarram.
São abraços que acontecem porque saem cá de dentro sem que os travemos. Como expressão de um amor incondicional que nos habita – e de que não temos medo, porque o olhamos como algo que verdadeiramente nos liberta.
A intimidade que um abraço sincero oferece é a da compreensão. Da atenção. Da solidariedade. Da amizade que existe para lá da exaltação dos sentidos, apenas por ter a consistência daquilo que brota do fundo de nós mesmos e que se mantém quer faça sol quer chova.
Abraços são uma espécie de foguetes capazes de fazer despertar moribundos ou fazer levantar da cama preguiçosos. Explosões de vida. Há quem goste de os dar para reafirmar um vínculo de amizade ou qualquer outro sentimento. E são uma das melhores festas gratuitas a que toda a gente tem acesso. São abraços do fundo do coração, frequentes entre duas pessoas que, por nada pedirem uma à outra, de cada vez que se encontram recebem sempre muito – e apenas por isso são levadas a celebrá-lo.
Quando um coração se abre para outro coração, há quase sempre uma qualquer maravilha que pode acontecer. Ou, quanto mais não seja, uma sensação de paz possível, neste mundo cheio de guerras em que vivemos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fui enganado!!!!!

Quando criança ouvia histórias de uma "coisa" chamada "amor". Assistia novelas e filmes em que o tal "amor" era retratado como o mais sublime dos sentimentos.... sempre acreditei na eternidade do amor,que o amor era incondicional,era paciente e não era egoísta. Cheguei realmente a acreditar que todo casamento era pra sempre (tendo em vista que só se casava por amor).
Comecei a reparar que nunca assistia a uma cena carinhosa de meu pai com minha mãe. Ficava indignado em pensar que eles não se amavam. E a promessa que foi feita por ambos no altar??? Onde estava o "até que a morte os separe"??? Será que ainda existia pelos menos um pouquinho de amor entre meu pai e minha mãe quando fui feito???
Mesmo com todas essas dúvidas ainda acreditava no tal "amor". Acreditava na "pessoa ideal",acreditava nos amores de novela onde tudo dava errado mas no final o mocinho e a mocinha terminavam juntos e se "amando".
Na medida em que cresci,comecei a entender que as coisas não eram bem assim... Até que num belo dia descobri que definitivamente fui enganado! Fiquei perplexo ao descobrir (por intermédio do meu próprio coração) que o amor entre homem e mulher não é eterno,que existe sim o egoísmo e condições para amar. E o pior de tudo: Descobri que o tal "amor" é extremamente intolerante e jamais paciente.

O amor desgasta... Desgasta quando sentimos que nosso tempo foi perdido,que nosso presente não existe e nosso futuro não virá. Desgasta quando entendemos que fomos enganados e quando acordamos mais uma vez no escuro e sozinhos.

Tenho medo do "amor moderno",do "amor comercial". Nem nas novelas se ama tanto como antigamente. Acredito que perdemos a paciência de plantar,regar e esperar crescer. O amor se tornou carnal e banal. Não se ama mais o interior,mas sim o exterior. Antigamente se "sentia" e se "vivia" a palavra amor,hoje somente se "usa" a palavra amor,com a finalidade de se obter aquilo que se deseja.

"Somente o amor de Deus é incondicional"

Ser o oposto talvez seja ser o real...

Onde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada, nada falta, e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão

Onde queres família sou maluco, e onde queres romântico,burguês
Onde queres Leblon sou Pernambuco, e onde queres eunuco,garanhão
E onde queres o sim e o não, talvez, onde vês eu não vislumbro razão
Onde queres o lobo eu sou o irmão, e onde queres cowboy eu sou chinês

Onde queres o ato eu sou o espírito e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre decassílabo e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói e onde queres tortura,mansidão
Onde queres o lar, revolução e onde queres bandido eu sou o herói


Eu queria querer-te e amar o amor
construírmos dulcíssima prisão
E encontrar a mais justa adequação
tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
e vê só que cilada o amor me armou

E te quero e não queres como sou
não te quero e não queres como és


Onde queres comício, flipper vídeo
e onde queres romance, rock'nroll
Onde queres a lua eu sou o sol
onde a pura natura, o inceticídeo 

e onde queres mistério eu sou a luz
Onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
e onde queres coqueiro eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
e eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo te aprender o total do querer
que há e do que não há em mim

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Errar ensina???

Desde pequeno,nunca tive sonhos de ser soldado,médico,marinheiro ou qualquer outra invenção infantil. Perdi meu pai muito cedo, então não tive tempo de usa-lo como espelho,como toda criança do sexo masculino geralmente faz. Convivemos pouquíssimo tempo juntos.
De acordo com meu crescimento fui fazendo de minha vida acertos e erros. Com meus acertos aprendi que somos capazes de fazer e ser tudo(ou quase tudo)aquilo que quisermos. Com meus acertos aprendi a usufruir do meu livre arbítrio dado por Deus. Aprendi que quanto mais se procura mais se acha,nem sempre achamos o que queremos,mas de uma forma ou de outra achamos alguma coisa. Mesmo que o resultado não nos seja favorável.
Já com meus erros aprendi muito mais...Aprendi que errar é bom e nos força a criar nossa personalidade. Errei com minha família,meus amigos e meus amores. Não me arrependo em nenhum instante destes erros e com certeza prefiro continuar errando. errar nos dá prazer. Quantos de nós não achamos o máximo quando traímos nossas namoradas só por que elas nos traíram primeiro??? Nessa situação,elas erraram e nós também. Mas ficamos felizes em nos vingar. Errar nos dá a sensação de que nossas culpas foram eximidas e nossa alma está purificada.
Somos o que queremos ser. Pessimistas ou otimistas,verdadeiros ou mentirosos,egocêntricos ou compartilhadores,lunáticos ou realistas. Só vamos saber se realmente estamos certos ou errados quando chegarmos ao final de qualquer coisa que planejamos.
Estar certo ou estar errado na realidade são apenas dois pontos de vista diferentes sobre o mesmo assunto. Só nos basta entender que no final dá tudo certo de algum jeito.

Um pouco de mim... Um pouco de todos...

Depois de muita luta e muitas buscas frustradas ao que é real e conhecido, me dei conta de quase tudo é verdadeiramente irreal e extremamente desconhecido. Minhas buscas me levaram a conhecer e entender lugares escuros e de difícil acesso, como o coração humano. Há algum tempo atrás imaginei que somente eu era “louco” e as pessoas ao meu redor eram perfeitas. Hoje - com os olhos enfim abertos – consigo enxergar que estava totalmente errado quando pensei que os seres humanos eram racionais. Tenho convivido com pessoas que aparentemente são maduras e honestas e tenho percebido cada dia mais que estas pessoas só exibem esta maturidade e essa honestidade diante de outras pessoas, ou seja, no fundo essas pessoas mentem pra si mesmas e escondem-se de seus anseios e suas necessidades. Sinto-me só....isolado num mundo só meu. Sempre fui muito autentico e sempre busquei ser fiel a mim e aos que me querem bem, mesmo que isso machuque algumas pessoas. Vivo sozinho no meu fantasioso mundo onde o amor ainda existe e o fracasso é meramente uma palavra sem sentido. Tenho procurado encontrar uma certa tranqüilidade que – hoje – sei que nunca vou encontrar. Já não tenho mais a esperança de um grande amor, assim como não tenho mais a certeza se já amei um dia. Acho que tudo em minha vida foi obra do acaso, que nunca soube realmente definir o que são meus sentimentos. Vivo hoje dos meus desejos, vivendo um dia de cada vez, na esperança de encontrar alguém que me faça mudar de rumo. Não falo de crença ou de Deus - até porque Deus é o único que me diz todos os dias que me quer sempre perto dele. Ainda creio que exista o tal “sapato torto pro pezinho torto”, isso me dá força pra “pensar” a não cometer os mesmos erros do passado e aceitar que as coisas não podem ser do jeito e no tempo que eu quero. Fiz escolhas erradas e precipitadas no passado, hoje me sinto mais preparado pra aceitar opiniões alheias mesmo que essas opiniões batam de frente com meus preceitos. Odeio remoer o passado e creio que a vida só se vive pra frente. Busco muito, mas como carrego a dúvida de que vou ser entendido, sei que vou receber pouco. Não espero o ideal, só espero alguém com quem possa trilhar um novo caminho –mesmo que tortuoso – mas com um final no mínimo satisfatório.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Meu Jardim

Vander Lee

Composição : Vander Lee


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores                              
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores                               
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores       
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores


Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho                                 
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho       
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho  

                            
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

terça-feira, 19 de abril de 2011

Falando de mim....

No ano de meus 33 anos (Como diria Gabriel Garcia Marques) quis dar-me de presente algo com o qual sonhava desde criança: A felicidade. Sempre li relatos sobre a felicidade em revistas, livros e depoimentos, mas nunca tive a verdadeira crença de que se poderia “ser” feliz, sempre acreditei no “estar” feliz. Comecei procurando a tal felicidade na farmácia, mas lá me disseram que a felicidade não se encontra em comprimidos, cápsulas ou frascos. Resolvi tentar a igreja (que geralmente é o refúgio dos desesperados e onde se encontra os mais felizes e ironicamente satisfeitos), lá também não encontrei porque percebi que pra ser feliz ao estilo “igreja” teria que ser hipócrita e viver um mundo transcendental e paralelo ao mundo real. O próximo passo foi buscar felicidade nos amigos, no inicio foi ótimo, mas com o tempo reparei que a durabilidade desse tipo de felicidade se baseia naquilo que você tem ou naquilo que você pode oferecer, para a grande maioria, ser amigo significa ser casado, com a diferença de que só se vive bem na saúde e na fatura e o sentimento se esvai antes que a “morte os separe”. Como já parecia óbvio, o próximo passo foi tentar encontrar a tal felicidade na minha família. Era tão óbvio que, obviamente, não obtive sucesso na procura, tendo em vista que a minha família (que deveria ser o sustentáculo de tudo) era a mais desarmônica possível, cada parente no seu canto e cada um se esquecendo que o conceito “família” Vem de união e satisfação conjunta. Finalmente dei o “tiro de misericórdia” e fui procurar a tal felicidade no amor. Neste sim me afundei de vez... Descobri que pra ser feliz através do amor deveria ser falso, mentiroso, deveria relevar tudo e aceitar qualquer coisa. Descobri que quando se fala a verdade somos ignorados e abandonados. Descobri que quem busca felicidade no amor geralmente não quer encontrá-la. Depois de tanta procura entendi que a felicidade é pessoal e intransferível. Devemos “estar” felizes o maior tempo possível sem procurar cópias, sem querer nos identificar na felicidade da outra pessoa. Continuo não encontrando, mas também continuo procurando em mim mesmo aquilo que me deixa feliz, mesmo que momentaneamente..... Isso tudo ocorrido no ano dos meus 33 anos, que venha os 34....